Ao longo de todo ano de 2020, exceto por janeiro, a busca por entendimentos sobre a palavra transmissão cresceu significativamente no Brasil. Pelo menos na Internet e no Google, onde a procura pelo substantivo feminino teve seus maiores picos entre fevereiro e março.
No Google Trends, por exemplo, é possível encontrar os topos de pesquisa em torno das palavras "transmissão COVID", "transmissão do Coronavírus", "COVID-19 transmissão", em ordem decrescente dos termos.
Contudo, transmissão está para além do sinônimo de contaminação. Em sua manifestação de verbo - transmitir - também se refere ao ato ou efeito de atribuir algo a alguém. Ou, ainda, comunicar por meio de engrenagens, de instrumentos. Movimento.
Já que a conversa é sobre transmissão, comunicação e movimento, 2020 mais do que ampliou a visibilidade das conexões através da Internet. Aliás, quem não ouviu, ao menos uma vez nos últimos meses, a palavra transmissão, ou sua correlata, conexão?
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Hoje, as formas de se conectar, transmitir e comunicar estão mediadas pelo mundo virtual, que não tem uma fronteira tão nítida aos sentidos dos corpos híbridos da contemporaneidade. Por isso, é necessário, sim, pensar sobre esta nova conjuntura e suas implicações, embora boa parte do mundo sequer tenha acesso à Internet, tecnologias e dispositivos eletro-eletrônicos, como computadores e afins.
As transmissões online e a partir de lugares fechados, enquanto alternativas para evitar o risco de se expor e de causar a maior transmissão de um vírus, estão transmitindo nossas vidas em todas suas possibilidades e levando adiante os passos de um planeta.
Tal cenário não seria diferente para a arte, onde muitos produtores e realizadores culturais precisaram se reinventar em seus anteriores lugares de experiência e habilidades. Mas a arte e a tecnologia, que não são uma novidade, estão aí para pensar o mundo sociotécnico de forma crítica. Talvez com mais resiliência aos temores do que há de vir.
Por esses e tantos outros motivos, gostaria de fazer um convite. Para abrirmos mais um lugar no rol de espaços de transmissão. Para repensarmos todas essas relações: das tecnologias, das transmissões, da arte e da vida, claro!
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Neste mês de novembro, o Laboratório Interdisciplinar Interativo da UFSM (LabInter) preparou uma série de mesas de debates para abordar esses assuntos, seja através das transmissões radiofônicas, das transmissões de conhecimento via arquivos e documentos, das transmissões de imagens e seus múltiplos desdobramentos e da transmissão da cultura na contemporaneidade.
Todas quintas-feiras do mês, às 17:00 horas, o EntreConversa 2020 - Arte - Transmissão - Tecnologia - acontecerá na plataforma online Farol da UFSM, de forma gratuita. Transmitindo uma amplitude de visões para, quem sabe, o mundo seja contaminado por outras perspectivas inovadoras, em tempos nos quais é desafiador entender sobre como sobreviver ao presente e a um futuro transmitido em nuvens de incertezas. Haja conversa para tudo